segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

São Paulo é a mais influente no mercado mundial da moda

O BRASIL É FASHION
Pesquisa aponta São Paulo como uma das dez cidades mais influentes para o mercado mundial

A moda é uma incógnita para muitos brasileiros. Alguns consideram pura futilidade as regras de um mercado que incentiva o consumidor a trocar as roupas do armário a cada seis meses. Outros acham que os desfiles são coisa de maluco. E que os estilistas só levam às passarelas peças que ninguém usaria na rua. Mas a moda é mais que isso: é um produto direto da cultura de um país e movimenta uma indústria bastante próspera.

Embora incipiente, a cultura de moda brasileira avança a passos largos. Pesquisa anual realizada pelo Global Language Monitor (empresa que monitora as palavras mais buscadas na mídia e na internet) aponta São Paulo como uma das dez cidades mais influentes para o mercado mundial de moda, ao lado de Nova York, Paris e Milão.

E os compradores estrangeiros estão de fato cada vez mais interessados nas roupas e acessórios produzidos por aqui. A Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), responsável pelo Projeto Comprador, que ocorreu paralelamente à São Paulo Fashion Week, trouxe 35 compradores internacionais na edição de junho. Segundo a Agência, o número de pré-pedidos foi 25% maior do que na edição passada. Quem mais comprou a moda brasileira foi o Oriente Médio e a Índia.

“O comprador quer produtos que fujam da massificação. São atraídos pelas matérias-primas naturais e pela sustentabilidade na produção”, comenta Rafael Netto, da Texbrasil.

Além de exportar moda, o Brasil é visto como o melhor mercado consumidor de vestuário entre os 20 países emergentes analisados por uma pesquisa da empresa de consultoria A.T Kearney. “O País é um dos principais destinos para os varejistas globais”, garante Markus Stricker, vice-presidente da A.T Kearney na América do Sul.

Para se ter uma ideia, em 2008 quase 20 marcas internacionais de luxo iniciaram suas operações no Brasil. Para os próximos cinco anos, a previsão é que mais de 50 marcas do setor abram lojas por aqui. Outro atrativo brasileiro está no fato de sermos um dos poucos países a dominar todas as etapas do processo de produção, que vai do tratamento da matéria-prima, passando pela produção do fio e a elaboração de diferentes tecidos.

Um entrave, no entanto, é a qualidade da mão de obra. Quase todos os estilistas encontram dificuldade em transformar a criação em peças de verdade. “Temos de nos esforçar para fazer um produto com mais qualidade. A indústria de malha e roupa casual estão cada dia mais fortes, no entanto, temos de pensar num prêt-à-porter de luxo. Para isso, precisamos investir em maquinário, tecnologia e novos materiais”, comenta o estilista Reinaldo Lourenço.

* Textos: Correio Braziliense com colaboração de Vanessa Bencz.

http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2794551.xml&template=4187.dwt&edition=14017&section=1205

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